Psicopatologia Fenomenológico-Gestáltica: Uma Crítica ao Modelo Biomédico e uma Alternativa Relacional
DOI:
https://doi.org/10.14295/idonline.v19i77.4238Palavras-chave:
Psicopatologia, Fenomenologia, Gestalt-TerapiaResumo
Este artigo propõe uma crítica ao modelo biomédico hegemônico na psicopatologia, especialmente ao DSM, apontando suas limitações ao reduzir o sofrimento psíquico a causas biológicas e categorias diagnósticas. A partir de uma revisão bibliográfica, apresenta-se a psicopatologia fenomenológico-gestáltica como uma alternativa relacional, que compreende o sofrimento como um fenômeno emergente do campo organismo/ambiente. Fundamentada na fenomenologia de Husserl e na teoria do self, a Gestalt-terapia enfatiza a experiência vivida, a estética do contato e o ajustamento criativo como chaves para a escuta clínica. A psicopatologia, nessa perspectiva, é entendida como formos relação e não como disfunção isolada do indivíduo. O artigo conclui apontando a necessidade de uma psicopatologia que resgate a unidade relacional, que supere dicotomias como saudável/patológico e biológico/social, contribuindo para um cuidado psicológico a partir da intersubjetividade, ou seja, menos individualista.
Downloads
Referências
Belmino, M. C. (2020). Gestalt-terapia e experiência de campo: Dos fundamentos à prática clínica. São Paulo, SP: Paco e Littera.
Belmino, M. C. (2024). Fritz Perls e Paul Goodman: Duas faces da Gestalt-terapia. Porto Alegre, RS: Simplíssimo.
Belmino, M. C., & Braga, J. O. (2024). A teoria do Self e a ontologia gestáltica: Problematizando a intersubjetividade na Gestalt-terapia. In P. T. C. Peixoto (Org.), Gestalt-terapia: O Tao do Self.
Braga, D. S. (2024). Relação entre DSM, DSM-5 TR, CID 11 e o transtorno de ansiedade: Uma revisão da literatura [Relationship between the DSM, the DSM-5 TR and the ICD 11 and anxiety disorders: A literature review]. Recuperado de https://publicacoes.uniesp.edu.br/index.php/3/article/view/229/206
Brasil, Secretaria Nacional da Família. (s.d.). Boletim fatos e números: Saúde mental. Brasília, DF: Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Castellana, G. B., Guimarães-Fernandes, F., Aratangy, E. W., & Sallet, P. C. (Orgs.). (2023). Psicopatologia clínica e entrevista psiquiátrica. Barueri, SP: Manole.
Cerbone, D. R. (2013). Fenomenologia. Petrópolis, RJ: Vozes.
Chauí, M. (1999). Convite à filosofia. São Paulo, SP: Ática.
Dalgalarrondo, P. (2008). Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre, RS: Artmed.
Foucault, M. (2024). História da loucura (12ª ed.). São Paulo, SP: Perspectiva.
Francesetti, G. (2015). From individual symptoms to psychopathological fields: Towards a field perspective on clinical human suffering. British Gestalt Journal. https://doi.org/10.53667/QQWT3472 DOI: https://doi.org/10.53667/QQWT3472
Francesetti, G. (2018). “Você chora, eu sinto dor”: O self emergente, cocriado, como fundamento da antropologia, psicopatologia e psicoterapia na Gestalt-terapia. In J. Robine (Org.), Self: Uma polifonia de Gestalt-terapeutas contemporâneos. São Paulo, SP: Escuta.
Francesetti, G. (2021). Fundamentos da psicopatologia fenomenológico-gestáltica: Uma introdução leve. Belo Horizonte, MG: Artesã.
Francesetti, G., Gecele, M., & Roubal, J. (Orgs.). (2013). Gestalt therapy in clinical practice: From psychopathology to the aesthetics of contact. Milano, Itália: FrancoAngeli.
Garcia, C., & Coutinho, L. (2004). Os novos rumos do individualismo e o desamparo do sujeito contemporâneo. Psychê, 8(13), 125–140.
Ginger, S., & Ginger, A. (1995). Gestalt: uma terapia do contato. São Paulo, SP: Summus Editorial.
Jung, C. G. (2012). Aion: estudos sobre o simbolismo do si-mesmo. Petrópolis, RJ: Vozes.
Lieberman, J., & Ogas, O. (2016). Psiquiatria: Uma história não contada. São Paulo, SP: WMF Martins Fontes.
Messas, G., Stanghellini, G., & Fulford, K. W. M. B. (2023). Phenomenology yesterday, today, and tomorrow: A proposed phenomenological response to the double challenges of contemporary recovery-oriented person-centered mental health care. Frontiers in Psychology, 14, Article 1240095. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2023.1240095 DOI: https://doi.org/10.3389/fpsyg.2023.1240095
Occhini, M. F., & Teixeira, M. G. (2006). Atendimento a pacientes dependentes de drogas: atuação conjunta do psicólogo e do psiquiatra. Estudos de Psicologia, 11(2), 229–236. Universidade São Judas Tadeu. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-294X2006000200012
Perls, F., Hefferline, R., & Goodman, P. (1997). Gestalt-terapia (F. Ribeiro, Trad.). São Paulo, SP: Summus.
Ribeiro, A. S., Gonçalves, G. A., Teodoro, E. F., Batista, S. A., & Ferreira, P. H. E. (2020). Psicopatologia na contemporaneidade: Análise comparativa entre o DSM-IV e o DSM-V. Fractal: Revista de Psicologia, 32(1), 46–56. doi:10.22409/1984-0292/v32i1/5674 DOI: https://doi.org/10.22409/1984-0292/v32i1/5674
Schultz, D. P., & Schultz, S. E. (1992). História da psicologia moderna (12ª ed.). São Paulo, SP: Cultrix.
Spagnuolo Lobb, M. (2013). Fundamentals in the development of Gestalt therapy in the contemporary context. In G. Francesetti, M. Gecele, & J. Roubal (Orgs.), Gestalt therapy in clinical practice: From psychopathology to the aesthetics of contact (pp. xx–xx). Milano, Itália: FrancoAngeli.
Winnicott, D. W. (2020). O brincar e a realidade. São Paulo, SP: Ubu Editora.
Yano, L. P. (2015). Gestalt-terapia e modelo biomédico: Aproximações na compreensão das psicopatologias. Revista Psicologias, 1(abr.). Recuperado de https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-BR&as_sdt=0%2C5&q=YANO%2C+Luciane+Patr%C3%ADcia.+Gestalt-terapia+e+modelo+biom%C3%A9dico%3A+aproxima%C3%A7%C3%B5es+na+compreens%C3%A3o+das+psicopatologias.+Revista+Psicologias%2C+abr.%2C+v.+1%2C+2015.+Dispon%C3%ADvel+em%3A+%5Blink%5D.+Acesso+em%3A+%5Bdata+de+acesso%5D.&btnG=
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Douglas Henrique Gomes, Marcus Cézar de Borba Belmino

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os autores detêm os direitos autorais sem restrições, devendo informar a publicação inicial nesta revista, em caso de nova publicação de algum trabalho.







