Psicopatologia Fenomenológico-Gestáltica: Uma Crítica ao Modelo Biomédico e uma Alternativa Relacional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/idonline.v19i77.4238

Palavras-chave:

Psicopatologia, Fenomenologia, Gestalt-Terapia

Resumo

Este artigo propõe uma crítica ao modelo biomédico hegemônico na psicopatologia, especialmente ao DSM, apontando suas limitações ao reduzir o sofrimento psíquico a causas biológicas e categorias diagnósticas. A partir de uma revisão bibliográfica, apresenta-se a psicopatologia fenomenológico-gestáltica como uma alternativa relacional, que compreende o sofrimento como um fenômeno emergente do campo organismo/ambiente. Fundamentada na fenomenologia de Husserl e na teoria do self, a Gestalt-terapia enfatiza a experiência vivida, a estética do contato e o ajustamento criativo como chaves para a escuta clínica. A psicopatologia, nessa perspectiva, é entendida como formos relação e não como disfunção isolada do indivíduo. O artigo conclui apontando a necessidade de uma psicopatologia que resgate a unidade relacional, que supere dicotomias como saudável/patológico e biológico/social, contribuindo para um cuidado psicológico a partir da intersubjetividade, ou seja, menos individualista.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Douglas Henrique Gomes, Pontifícia Universidade de Minas Gerais

Graduado em Psicologia pela Pontifícia Universidade de Minas Gerais, pós-graduado em Intervenção Psicossocial no Contexto das Políticas Públicas pela faculdade UNA, pós-graduado em Psicologia Junguiana pelo Instituo Junguiano de Ensino e Pesquisa. 

Marcus Cézar de Borba Belmino, Centro Universitário Dr. Leão Sampaio - UNILEÃO

Psicólogo, mestre em Psicologia pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e Doutor em Filosofia pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Estágio pós-doutoral em Filosofia (UFC). Formado em Gestalt-terapia pelo Instituto Gestalt do Ceará. Docente do curso de psicologia do Centro Universitário Dr. Leão Sampaio (UNILEÃO). 

Referências

Belmino, M. C. (2020). Gestalt-terapia e experiência de campo: Dos fundamentos à prática clínica. São Paulo, SP: Paco e Littera.

Belmino, M. C. (2024). Fritz Perls e Paul Goodman: Duas faces da Gestalt-terapia. Porto Alegre, RS: Simplíssimo.

Belmino, M. C., & Braga, J. O. (2024). A teoria do Self e a ontologia gestáltica: Problematizando a intersubjetividade na Gestalt-terapia. In P. T. C. Peixoto (Org.), Gestalt-terapia: O Tao do Self.

Braga, D. S. (2024). Relação entre DSM, DSM-5 TR, CID 11 e o transtorno de ansiedade: Uma revisão da literatura [Relationship between the DSM, the DSM-5 TR and the ICD 11 and anxiety disorders: A literature review]. Recuperado de https://publicacoes.uniesp.edu.br/index.php/3/article/view/229/206

Brasil, Secretaria Nacional da Família. (s.d.). Boletim fatos e números: Saúde mental. Brasília, DF: Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Castellana, G. B., Guimarães-Fernandes, F., Aratangy, E. W., & Sallet, P. C. (Orgs.). (2023). Psicopatologia clínica e entrevista psiquiátrica. Barueri, SP: Manole.

Cerbone, D. R. (2013). Fenomenologia. Petrópolis, RJ: Vozes.

Chauí, M. (1999). Convite à filosofia. São Paulo, SP: Ática.

Dalgalarrondo, P. (2008). Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre, RS: Artmed.

Foucault, M. (2024). História da loucura (12ª ed.). São Paulo, SP: Perspectiva.

Francesetti, G. (2015). From individual symptoms to psychopathological fields: Towards a field perspective on clinical human suffering. British Gestalt Journal. https://doi.org/10.53667/QQWT3472 DOI: https://doi.org/10.53667/QQWT3472

Francesetti, G. (2018). “Você chora, eu sinto dor”: O self emergente, cocriado, como fundamento da antropologia, psicopatologia e psicoterapia na Gestalt-terapia. In J. Robine (Org.), Self: Uma polifonia de Gestalt-terapeutas contemporâneos. São Paulo, SP: Escuta.

Francesetti, G. (2021). Fundamentos da psicopatologia fenomenológico-gestáltica: Uma introdução leve. Belo Horizonte, MG: Artesã.

Francesetti, G., Gecele, M., & Roubal, J. (Orgs.). (2013). Gestalt therapy in clinical practice: From psychopathology to the aesthetics of contact. Milano, Itália: FrancoAngeli.

Garcia, C., & Coutinho, L. (2004). Os novos rumos do individualismo e o desamparo do sujeito contemporâneo. Psychê, 8(13), 125–140.

Ginger, S., & Ginger, A. (1995). Gestalt: uma terapia do contato. São Paulo, SP: Summus Editorial.

Jung, C. G. (2012). Aion: estudos sobre o simbolismo do si-mesmo. Petrópolis, RJ: Vozes.

Lieberman, J., & Ogas, O. (2016). Psiquiatria: Uma história não contada. São Paulo, SP: WMF Martins Fontes.

Messas, G., Stanghellini, G., & Fulford, K. W. M. B. (2023). Phenomenology yesterday, today, and tomorrow: A proposed phenomenological response to the double challenges of contemporary recovery-oriented person-centered mental health care. Frontiers in Psychology, 14, Article 1240095. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2023.1240095 DOI: https://doi.org/10.3389/fpsyg.2023.1240095

Occhini, M. F., & Teixeira, M. G. (2006). Atendimento a pacientes dependentes de drogas: atuação conjunta do psicólogo e do psiquiatra. Estudos de Psicologia, 11(2), 229–236. Universidade São Judas Tadeu. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-294X2006000200012

Perls, F., Hefferline, R., & Goodman, P. (1997). Gestalt-terapia (F. Ribeiro, Trad.). São Paulo, SP: Summus.

Ribeiro, A. S., Gonçalves, G. A., Teodoro, E. F., Batista, S. A., & Ferreira, P. H. E. (2020). Psicopatologia na contemporaneidade: Análise comparativa entre o DSM-IV e o DSM-V. Fractal: Revista de Psicologia, 32(1), 46–56. doi:10.22409/1984-0292/v32i1/5674 DOI: https://doi.org/10.22409/1984-0292/v32i1/5674

Schultz, D. P., & Schultz, S. E. (1992). História da psicologia moderna (12ª ed.). São Paulo, SP: Cultrix.

Spagnuolo Lobb, M. (2013). Fundamentals in the development of Gestalt therapy in the contemporary context. In G. Francesetti, M. Gecele, & J. Roubal (Orgs.), Gestalt therapy in clinical practice: From psychopathology to the aesthetics of contact (pp. xx–xx). Milano, Itália: FrancoAngeli.

Winnicott, D. W. (2020). O brincar e a realidade. São Paulo, SP: Ubu Editora.

Yano, L. P. (2015). Gestalt-terapia e modelo biomédico: Aproximações na compreensão das psicopatologias. Revista Psicologias, 1(abr.). Recuperado de https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-BR&as_sdt=0%2C5&q=YANO%2C+Luciane+Patr%C3%ADcia.+Gestalt-terapia+e+modelo+biom%C3%A9dico%3A+aproxima%C3%A7%C3%B5es+na+compreens%C3%A3o+das+psicopatologias.+Revista+Psicologias%2C+abr.%2C+v.+1%2C+2015.+Dispon%C3%ADvel+em%3A+%5Blink%5D.+Acesso+em%3A+%5Bdata+de+acesso%5D.&btnG=

Downloads

Publicado

2025-07-31

Como Citar

Gomes, D. H., & Belmino, M. C. de B. (2025). Psicopatologia Fenomenológico-Gestáltica: Uma Crítica ao Modelo Biomédico e uma Alternativa Relacional. ID on Line. Revista De Psicologia, 19(77), 183–202. https://doi.org/10.14295/idonline.v19i77.4238

Edição

Seção

Artigos