A Representação da Mulher Militante em O Corpo Interminável, de Claudia Lage

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/idonline.v18i71.3995

Palavras-chave:

Militância feminina; Diradura. O corpo interminável; Claudia Lage.

Resumo

O presente artigo analisa a representação da mulher militante em O corpo interminável, de Claudia Lage. Os questionamentos que motivaram a nossa pesquisa foram: a) De que modo a mulher militante é configurada no romance de Claudia Lage? Que tipos de opressões os sujeitos femininos sofrem por adentrar num espaço relegado à figura masculina? Para embasar a nossa pesquisa, utilizamos as reflexões sobre Literatura, Ditadura e Militância Feminina de Colling (1997), Figueiredo (2022), Rosa (2013), entre outras. Como resultado, nota-se que as militantes além de serem consideradas putas comunistas, mulheres de condutas desviantes, também eram duplamente agredidas, sofriam torturas psicológicas, tinhas suas unhas arrancadas, levavam choques elétricos nas suas partes íntimas, eram afastadas de seus familiares, etc. No entanto, mesmo sofrendo tamanhas barbaridades, as militantes, na obra em estudo, resistem aos horrores praticados pelo regime.

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Biografia do Autor

Francisca Luana Rolim Abrantes, Universidade Federal de Campina Grande

Doutoranda e Mestre em Linguagem e Ensino pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG/PPGLE).

José Edilson de Amorim, Universidade Federal de Campina Grande

Doutor em Literatura Brasileira pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Professor associado da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), com atuação na Unidade Acadêmica de Letras e no Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino (PPGLE).

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Publicado

2024-05-31

Edição

Seção

Artigos