Atendimento ao surdo na atenção básica: perspectiva da equipe multidisciplinar
DOI:
https://doi.org/10.14295/idonline.v10i33.589Palavras-chave:
Atenção primária a saúde, Deficiência auditiva, Libras, Comunicação.Resumo
A surdez é caracterizada pela perda da percepção normal dos sons. Os profissionais que atuam na atenção básica precisam estar preparados para acolher e prestar atendimento a toda a população, inclusive ao usuário com deficiência auditiva, pois esta deve considerar o indivíduo em sua particularidade, complexidade, integralidade e inserção sociocultural. A atenção básica é considerada, dentro da rede de atenção à saúde como o primeiro nível, sendo a porta de entrada do usuário para os serviços ofertados pelo sistema único de saúde, e tem o papel de desenvolver estratégias que possibilitem ao indivíduo viver de modo saudável, autônomo e sem limitações físicas ou de comunicação. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo geral investigar o preparo da equipe multiprofissional quanto ao atendimento a pessoa surda na atenção básica, e como objetivos específicos: identificar as dificuldades encontradas pelos profissionais durante o atendimento ao surdo; evidenciar as estratégias de comunicação utilizadas pelos profissionais no atendimento ao surdo e verificar a existência de formação ou capacitação do profissional da atenção básica para atendimento ao surdo. O estudo foi realizado por meio de um levantamento bibliográfico através de busca eletrônica de trabalhos científicos. Foi possível perceber que o atendimento aos surdos na saúde pública está em processo de construção e ainda apresenta sérias deficiências. Assim, para sanar as dificuldades existentes é necessário a presença de acompanhante ou intérpretes preparados que estejam à disposição do serviço e a inclusão de curso de LIBRAS e de disciplinas que abordem os aspectos da comunicação com o surdo no currículo acadêmico das graduações da área de saúde.
Downloads
Referências
ABREU, J. C.; FREITAS, J. M. R.; ROCHA, L. L. V. A percepção dos surdos em relação ao sistema de comunicação das unidades de atenção primária à saúde. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research, v. 9, n. 1, p. 06-11, 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispões sobra a Língua Brasileira de Sinais e dá outras providências. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
BRASIL. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002 que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), e o art 18 da lei nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000. Brasília-DF, 2005.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Educação infantil. Surdez. Saberes e práticas da inclusão. Dificuldade de comunicação e sinalização. Brasília-DF, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de ações programáticas estratégicas. Atenção à saúde da pessoa com deficiência no Sistema Único de Saúde (SUS). 1. ed. 1. reimp. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional da Atenção Básica (PNAB). Brasília, DF: MS, 2012.
CARDOSO, A. H. A.; RODRIGUES, K. G.; BACHION, M. M. Percepção da pessoa com surdez severa e/ou profunda acerca do processo de comunicação durante seu atendimento de saúde. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v. 14, n. 4, p. 553-560, 2006.
CARVALHO FILHA, F. S. S.; SILVA, S. R.; LANDO, G. A. Cuidado ao surdo: conexões com o direito à saúde. Revista Ciência & Saberes, v. 1, n. 1, p. 31-38, 2015.
CHAVEIRO, N.; BARBOSA, M. A.; PORTO, C. C. Revisão de literatura sobre o atendimento ao paciente surdo pelos profissionais de saúde. Rev. Esc. Enferm., USP, São Paulo, SP, v. 42, n. 3, p. 578-583, 2008.
FEDERAÇÃO NACIONAL DE EDUCAÇÃO E INTEGRAÇÃO DOS SURDOS (FENEIS). Libras: Língua Brasileira de Sinais, 2008.
FRANÇA, E. G. Atenção à saúde do surdo na perspectiva do profissional de saúde. 2011. 84f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, PB, 2011.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo Demográfico. 2010. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/censos/censodemografico2010/caracteristicas_gerais_religiao_deficiencia/caracteristicas_religiai_defiencias.pdf>. Acesso em: 02 set. 2016.
KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e prática da pesquisa. 14. Ed. Petrópolis: Vozes, 1997.
MINAYO, M. C. S. Pesquisa avaliativa por triangulação de métodos. In: BOSI, M. L. M.; MERCADO, F. J. Avaliação qualitativa de programas de saúde: enfoques emergentes. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. p. 163-90.
NOGUEIRA-MARTINS, M. C. F.; BÓGUS, C. M. Considerações sobre a metodologia qualitativa como recurso para o estudo das ações de humanização em saúde. Saúde e Sociedade, v. 13, n. 3, p. 44-57, 2004.
OHARA, E. C. C.; SAITO, R. X. S. Saúde da família: considerações teóricas e aplicabilidade. 2. ed. São Paulo: Martinari, 2010.
SÁ, N. R. L. Cultura, poder e educação dos surdos. São Paulo: Edua, 2006.
SANTOS, E. M.; SHIRATORI, K. As necessidades de saúde no mundo do silêncio: um diálogo com os surdos. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 6, n. 1, p. 68-76, 2004.
SANTOS, Paulo Roberto de Andrade. Percepção da equipe de saúde, discentes e usuários sobre a comunicação com indivíduos surdos na atenção primária. 2015. 51f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, 2015.
SOUZA, M. T.; POROZZI, R. Ensino de Libras para os profissionais de Saúde: uma necessidade premente. Revista Práxis, ano 1, n. 2, 2009.
TEDESCO, J. R.; JUNGES, J. R. Desafios da prática do acolhimento de surdos na atenção primária. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 29, n. 8, p.1685-1689, 2013.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os autores detêm os direitos autorais sem restrições, devendo informar a publicação inicial nesta revista, em caso de nova publicação de algum trabalho.