Tecnologias Sociais e Sustentabilidade na Periferia: Análise do projeto “Cultura Sustentável” no bairro Alto da Penha em Crato/CE

Resumo

O trabalho analisou o Projeto Cultura Sustentável no Bairro Alto da Penha em Crato/CE, partindo da percepção que o projeto faz uso de tecnologias sociais na periferia, concretizando e pondo em perspectiva os pilares do desenvolvimento sustentável. A pesquisa se desenvolveu a partir de uma abordagem qualitativa, buscando a compreensão do Projeto Cultura Sustentável (PCS). Quanto à sua natureza, a é pesquisa aplicada. O método utilizado é o dedutivo, partindo da análise de estudos sobre desenvolvimento sustentável, economia solidária, gestão social e uso de moedas sociais para se chegar ao desenvolvimento das atividades no PCS. Quanto ao objetivo a pesquisa é descritiva e explicativa. O procedimento utilizado foi a pesquisa bibliográfica, subsidiada por trabalhos acadêmicos e artigos científicos acerca do tema, bem como o estudo de caso, onde se buscou a aplicação prática de conhecimentos para a solução de problemas sociais no âmbito das comunidades beneficiadas pelo PCS. O bairro Alto da Penha, conforme Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, conta com uma população de 4.038 moradores, sendo historicamente apresentado como um bairro violento (em suas diversas vertentes), de alta vulnerabilidade socioeconômica, de carência de serviços e políticas públicas. Apesar da vulnerabilidade atestada pelas secretarias e órgãos municipais e midiáticos, esta comunidade possui um histórico de comunhão em termos de lutas sociais e preocupação com as questões ambientais. O Projeto Cultura Sustentável (PCS) é um projeto voluntário, desvinculado do poder público em qualquer esfera, e sem fins lucrativos que surge em junho de 2016 com o intuito de contribuir à promoção do desenvolvimento territorial a partir da educação ambiental e do manejo sustentável dos resíduos sólidos no bairro Alto da Penha em Crato/CE, através do que ficou conhecido como Feiras Sustentáveis. Ao final, restou demonstrado que o projeto concretiza os pilares do desenvolvimento sustentável, através de um modelo de economia solidária com uso de moeda social.