O Papel do Psicólogo no trabalho de Reintegração de Jovens Infratores em Centros Socioeducativos de Privação Total de Liberdade

Resumo

Os centros socioeducativos para privação total de liberdade servem como instalações destinadas à reintegração de jovens que cometeram infrações em que houve grave ameaça ou violência. Conforme o artigo 121 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a privação de liberdade deve respeitar os princípios de brevidade, excepcionalidade e de respeito à condição de peculiaridade de desenvolvimento do socioeducando. Os psicólogos desempenham um papel crucial nos centros socioeducacionais para indivíduos sob total privação de liberdade, com foco no apoio à saúde mental, intervenções educacionais e colaboração interdisciplinar. Seu envolvimento é essencial para atender às necessidades complexas dessa população vulnerável, que geralmente inclui jovens com histórico de problemas comportamentais e transtornos mentais. O presente estudo é uma revisão integrativa que pretende proporcionar, por meio da pesquisa exploratória de caráter qualitativo, o aprimoramento do conhecimento acerca da participação do psicólogo na reintegração de jovens infratores na sociedade, tendo, como objetivo geral, o de compreender o papel do psicólogo na reintegração de jovens infratores em centros socioeducativos; e, como objetivos específicos, os de entender o perfil dos jovens atendidos nos centros socioeducativos de privação total de liberdade, de identificar os desafios que se apresentam aos psicólogos em sua atuação dentro destes centros e de apontar direcionamentos para as melhores práticas da psicologia neste ambiente. Os resultados demonstraram que, a  atuação do psicólogo em centros socioeducativos de privação total de liberdade é fundamental para se garantir que o processo de reintegração social de jovens infratores seja realizado de maneira ética, humanizada e eficaz. Portanto, ao alinhar práticas baseadas na escuta ativa, no respeito às individualidades e na promoção dos direitos humanos, o psicólogo reafirma seu papel como agente de mudança, contribuindo para a redução da reincidência e para a reconfiguração de trajetórias marcadas pela exclusão social. O trabalho nesse contexto, embora desafiador, é vital para a construção de uma sociedade mais inclusiva, capaz de acolher e oferecer segundas chances àqueles que buscam reconstruir suas vidas.