Consequências ao Meio Ambiente e a Saúde com Descarte Irregular de Perfurocortantes no Estado do Paraná
DOI:
https://doi.org/10.14295/idonline.v19i76.4187Palavras-chave:
Resíduos de serviços de saúde, Gestão de resíduos, Impactos ambientais, Exposição ocupacional, Saúde públicaResumo
Esta pesquisa tem como objetivo descrever aspectos do perfil epidemiológico associados ao descarte inadequado de resíduos perfurocortantes, com ênfase nos riscos ambientais e ocupacionais enfrentados por trabalhadores externos ao setor da saúde. Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem epidemiológica retrospectiva, fundamentada na análise de dados secundários extraídos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, obtidas a partir de Notificação, referente a acidente de trabalho com exposição a material biológico, considerando o período de 2018 a 2024. Foram agrupados 951 registros. Não foi identificado óbito correlacionado ao desfecho final das notificações no período. Entre os trabalhadores expostos, os coletores de lixo representaram a maioria das notificações, com 75,9%, seguidos pelos garis (13,9%) e catadores de recicláveis (10,2%). A distribuição por sexo evidencia um predomínio do sexo masculino entre coletores (90,7%). Em relação à etnia, os coletores e garis são majoritariamente brancos 69,9% e 47,7%, respectivamente. A maior parte das exposições ocorreu entre trabalhadores na faixa etária de 25 a 34 anos. No que se refere à escolaridade, a maioria dos catadores possui ensino fundamental incompleto (52,5%). As causas da exposição revelam falhas graves no manejo de resíduos: 78,7% dos casos foram causados por descarte inadequado de materiais perfurocortantes no lixo comum, seguido por descarte no chão (6,6%) e manipulação indevida de caixas coletoras (2,8%). O principal agente causador do acidente foi a agulha, responsável por mais de 86% dos acidentes em todas as ocupações. O fluido biológico mais frequentemente envolvido foi o sangue. Do ponto de vista geográfico, a maiores notificações ocorreram na Região Metropolitana (40,7%). Portanto, os achados destacam falhas no manejo seguro de resíduos perfurocortantes e a necessidade de maior fiscalização sobre a destinação desses materiais, a fim de minimizar riscos ocupacionais e ambientais.
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