Língua Brasileira de Sinais, Transgressão e Regulação: Diálogos Possíveis / Brazilian Sign Language, Transgression and Regulation: Possible Dialogues

Autores

  • Antônia Barros Gibson Simões Universidade Federal da Paraíba
  • Henrique Miguel de Lima Silva Universidade Federal da Paraíba
  • Maria José Lopes de Sousa Morais Universidade Regional do Cariri
  • Maria Marilê Rodrigues Universidade Vale do Acaraú – UVA
  • Paulo Tadeu Ferreira Teixeira Instituto Mantenedor de Ensino Superior da Bahia e horista - Cesupi Faculdade de Ilhéus

DOI:

https://doi.org/10.14295/idonline.v16i63.3581

Palavras-chave:

regulação, língua brasileira de sinais, transgressão, cultura surda

Resumo

Resumo:Partindo do pressuposto de que a língua é espaço de cura para povos oprimidos e marginalizados  (HOOKS, 2013), o objetivo do artigo é propor um diálogo entre conceitos e propostas aparentemente antagônicas: a regulação de pedagogias educacionais, nos termos de Maroy (2010, 2013,2018) e a necessidade da defesa da cultura surda, por meio da língua de sinais, nos termos de Silva (2000), Quadros (2005), Skliar (2006,2017) e Perlin (2005). Utilizaremos, para este fim, textos dos autores citados, analisando-os criticamente e apontando intersecções a partir das quais possamos produzir novos conhecimentos. Torna-se relevante refletirmos a respeito da regulação como possibilidade de fortalecimento da cultura surda. Observamos a necessidade da defesa da língua brasileira de sinais como língua materna da população surda e da possibilidade de transgressão a partir da regulação. Concluímos que o caráter contraditório e conflituoso da regulação pode  ser transformado em uma transgressão criadora de um   espaço escolar voltado, também,  para criação de uma comunidade de aprendizagem fundamentada na cultura surda.

Palavras-chave: Regulação;  língua brasileira de sinais; transgressão; cultura surda.

 

Abstract: Assuming that language is a healing space for oppressed and marginalized peoples (HOOKS, 2013), the objective of the article is to propose a dialogue between apparently antagonistic concepts and proposals: the regulation of educational pedagogies, in Maroy's terms ( 2010, 2013,2018) and the need to defend deaf culture through sign language, in the terms of Silva (2000), Quadros (2005), Skliar (2006,2017) and Perlin (2005). We will use, for this purpose, texts from the cited authors, critically analyzing them and pointing out intersections from which we can produce new knowledge. It becomes relevant to reflect on regulation as a possibility to strengthen the deaf culture. We observed the need to defend the Brazilian sign language as the mother tongue of the deaf population and the possibility of transgression based on regulation. We conclude that the contradictory and conflicting character of the regulation can be transformed into a transgression that creates a school space also aimed at creating a learning community based on the deaf culture.

Keywords: regulation; Brazilian sign language; transgression; deaf culture.

 

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Biografia do Autor

Antônia Barros Gibson Simões, Universidade Federal da Paraíba

Doutora em Linguística pelo PROLING-UFPB. Pesquisadora do LAPROL/UFPB/CNPQ;

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Henrique Miguel de Lima Silva, Universidade Federal da Paraíba

Pós-doutor em Ensino pelo PPGE-UERN. Doutor em Linguística pelo PROLING-UFPB. Docente efetivo do DLPL/UFPB  e professor permanente do Mestrado Profissional em Linguística e Ensino – MPLE/UFPB. Membro do VALPBqUFPB/CNPQ;  GRENAL/IFPB/CNPQ e vice-líder do PROVALE/UFPB/CNPQ. Coordenador do PIBID Língua Portuguesa da UFPB. Email: [email protected];

Maria José Lopes de Sousa Morais, Universidade Regional do Cariri

Graduação em Pedagogia pela Universidade Regional do Cariri. Atualmente é Diretora Administrativa da Escola Irmã Iva.  Licenciatura em Educação Básica e em Educação Especial Inclusiva. [email protected];

Maria Marilê Rodrigues, Universidade Vale do Acaraú – UVA

Universidade Vale do Acaraú – UVA, Ceará, Brasil. Especialização em Gestão Escolar e Especialização em Educação Inclusiva com Ênfase no AEE pela Faculdade de Juazeiro do Norte-CE- FJN, FJN, Brasil. Professor na Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte CE. [email protected].

Paulo Tadeu Ferreira Teixeira, Instituto Mantenedor de Ensino Superior da Bahia e horista - Cesupi Faculdade de Ilhéus

Graduação em Psicologia pela Faculdade de Tecnologia e Ciências. Mestrado em Teologia Aplicada e Bioenergia pela Faculdade de Tecnologia e Ciências. Docente do Instituto Mantenedor de Ensino Superior da Bahia e horista - Cesupi Faculdade de Ilhéus.  [email protected].

 

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Publicado

2022-10-31

Edição

Seção

Artigos