Fatores Maternos associados à ocorrência de Mielomeningocele: Uma Revisão Bibliográfica / Maternal Factors Associated with the Occurrence of Myelomeningocele: A Literature Review

Autores

  • Isabela Callou Sampaio Neves Universidade Federal de Minas Gerais
  • Ana Beatriz Callou Sampaio Neves Faculdade de Medicina Estácio de Juazeiro do Norte
  • Antonio Marlos Duarte de Melo Faculdade de Medicina Estácio de Juazeiro do Norte (Estácio-FMJ)
  • Ana Beatriz Sousa Nunes Instituto Signorelli
  • Renata Sá Ferreira Brasileiro Universidade Federal do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.14295/idonline.v15i58.3349

Palavras-chave:

Mielomeningocele, Malformações, Espinha bífida

Resumo

Resumo- A mielomeningocele configura um defeito primário do tubo neural mais comum, tal defeito constitui uma das malformações congênitas mais graves do recém-nascido, uma vez que o sistema nervoso central tem início em um tubo que se desenvolve nas estruturas mais complexas do corpo humano. O defeito pode ocorrer na sua porção cranial, resultando em malformações como anencefalia e encefalocele ou na porção caudal resultando em malformações que em grupo são conhecidas como espinha bífida. A mielomeningocele é classificada como espinha bífida aberta e ocorre nas primeiras quatro semanas de gestação. O objetivo deste estudo foi identificar na literatura fatores maternos associados ao aparecimento da mielomeningocele. A coleta de dados foi realizada em outubro a novembro de 2021, nas bases de dados SciELO, Google acadêmico e BVS – Brasil utilizando as palavras chaves: “mielomeningocele”, “malformação tubo neural” e “fatores maternos”, sendo necessária também a pesquisa em livros específicos, constituindo uma amostra de 13 publicações. A deficiência de ácido fólico destacou-se como principal fator materno associado à ocorrência da mielomeningocele; além da ingestão materna de anticonvulsivantes, ingestão de fármacos antagonistas do ácido fólico, doenças como o diabetes e a obesidade, deficiência de zinco, baixas condições socioeconômicas e influências perturbadoras como a irradiação e a hipertermia materna. Conclui-se que medidas públicas no combate aos fatores maternos preveníveis são necessárias, uma vez que a mielomeningocele é uma patologia limitante, complexa, com impacto na qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares além de requerer equipe especializada e multidisciplinar.

Palavras-Chave: Mielomeningocele; Malformações; Espinha bífida.

 

Abstract- Myelomeningocele is a primary defect of the most common neural tube, this defect is one of the most serious congenital malformations in newborns, since the central nervous system starts in a tube that develops in the most complex structures of the human body. The defect can occur in its cranial portion, resulting in malformations such as anencephaly and encephalocele, or in the caudal portion, resulting in malformations that, in group, are known as spina bifida. Myelomeningocele is classified as open spina bifida and occurs within the first four weeks of pregnancy. The aim of this study was to identify maternal factors associated with the onset of myelomeningocele in the literature. Data collection was carried out from October to November 2021, in the SciELO, Google Academic and BVS – Brazil databases using the keywords: “myelomeningocele”, “neural tube malformation” and “maternal factors”, also requiring the research in specific books, constituting a sample of 13 publications. Folic acid deficiency stood out as the main maternal factor associated with the occurrence of myelomeningocele; in addition to maternal intake of anticonvulsants, intake of drugs that are antagonists to folic acid, diseases such as diabetes and obesity, zinc deficiency, low socioeconomic conditions and disturbing influences such as radiation and maternal hyperthermia. It is concluded that public measures to combat preventable maternal factors are necessary, since myelomeningocele is a limiting and complex pathology, with an impact on the quality of life of patients and their families, in addition to requiring a specialized and multidisciplinary team.

Keywords: Myelomeningocele. Malformations. Spina bifida.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Isabela Callou Sampaio Neves, Universidade Federal de Minas Gerais

1 Enfermeira especialista em UTI neonatal e pediátrica pela faculdade futura. Enfermeira da UTI neonatal do hospital das clínicas da universidade federal de minas gerais. Belo Horizonte-MG. Email: [email protected];

Ana Beatriz Callou Sampaio Neves, Faculdade de Medicina Estácio de Juazeiro do Norte

2 Graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina Estácio de Juazeiro do Norte, Juazeiro do Norte, Ceará, Brasil. E-mail: [email protected]

Antonio Marlos Duarte de Melo, Faculdade de Medicina Estácio de Juazeiro do Norte (Estácio-FMJ)

3 Faculdade de Medicina Estácio de Juazeiro do Norte (Estácio-FMJ) - Juazeiro do Norte, Ceará. Médico Residente de Clínica Médica do Hospital Regional do Cariri / Escola de Saúde Pública do Ceará, Brasil. [email protected]

Ana Beatriz Sousa Nunes, Instituto Signorelli

4 Enfermeira Especialista em Saúde do Trabalho pelo Instituto Signorelli. Email: [email protected]

Renata Sá Ferreira Brasileiro, Universidade Federal do Ceará

5 Enfermeira Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará, atuando na UTI neonatal do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: [email protected].

Referências

ALBERGARIA, V. M. P. Avaliação da qualidade de vida em crianças com mielomeningocele acompanhadas no ambulatório do hospital das clínicas- UFMG. 2011. 66 f. Dissertação (Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Cirurgia e à Oftalmologia)- Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, 2011.

BIZZI, J. W; MACHADO, A. Mielomeningocele: conceitos básicos e avanços recentes. Jornal Brasileiro de Neurocirurgia, v. 23 n. 2, p.138-151, 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília. 2012.

BRITO, B. C. R. G; PAULINO, K. A. Análise do perfil epidemiológico de recém-nascido atendidos no hospital de base do distrito federal com disrafias medulares entre 2011 e 2016. 2017. 58 f. Dissertação (Projeto de Iniciação Cientifica desenvolvido no Curso de Medicina)- Faculdade de Ciências da Educação e Saúde. Centro Universitário de Brasília, 2017.

BRONZERI, F. G. et al. Mielomeningocele e nutrição: proposta de protocolo de atendimento. Mundo saúde. São Paulo, v.35 n. 2, p 215-224. 2011. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/mielomeningocele_nutricao_proposta_protocolo_atendimento.pdf>. Acesso em: 20 out. 2021.

CLOHERTY, J. P et al. Manual de Neonatologia. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. p.588-598.

FIGHUEIREDO, L. S. S. et al. Perfil epidemiológico de mortalidade por espinha bífida. Rev Soc Bras Clin Med. João Pessoa, v.17 n.4, p 171-175. 2019. Disponível em: < https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1284222>. Acesso em:20 out. 2021.

FONTOURA, F. C. Recém-nascidos com malformações congênitas: prevalência e cuidados de enfermagem na unidade neonatal. 2012. 119 f. Dissertação (PósGraduação em Enfermagem)- Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Ceará, 2012.

GAIVA, M. A. M; CORREA, E. R; SANTO, E. Ap. R. do E. Perfil clínico-epidemiológico de crianças e adolescentes que vivem e convivem com espinha bífida. Rev bras. crescimento desenvolv. hum., São Paulo , v. 21, n. 1, p.99-110. 2011. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822011000100010>. Acesso em: 20 out. 2021.

HECK, S.L. et al. Terapia anticonvulsivante em gestantes e seus potenciais teratogênicos. In book: Science e saúde: Ciência e atualização na área da saúde, v. 6. DOI:10.47402/ed.ep.c202127326270.

ROSA, E. B. Avaliação do uso de medicamentos e drogas de abuso por gestantes com fetos portadores de malformações atendidas no Serviço de Medicina Fetal do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas: um estudo de caso e controle. 2017. 78 f. Dissertação (Pós-Graduação em Patologia)- Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, 2017.

SPERS, V. R. E; PENACHIM, E. A. S; GARBELLINI, D (Orgs.) Mielomeningocele: o dia a dia, a visão dos especialistas e o que esperar do futuro. Piracicaba:Unigráfica, 2011.

VEIGA, D. P. Estimulação precoce no desenvolvimento motor em crianças de 0 a 5 anos com mielomeningocele. 2013. 42 f. Tese (Graduação em Fisioterapia)- Faculdade de Educação e Meio Ambiente, Ariquemes, RO, 2013.

Downloads

Publicado

2021-12-30

Edição

Seção

Artigo de Revisão