Saúde do Cuidador: Percepção dos Profissionais de uma Equipe de Estratégia Saúde da Família / Caregiver Health: Perception of Professionals of a Family Health Strategy Team

Resumo

O cuidador está exposto a uma série de atribuições que exigem disposição e dedicação, uma vez que este sujeito abdica de sua vida para prestar cuidados ao outro, ficando vulnerável ao desenvolvimento do estresse e diminuição da qualidade de vida. Percebem-se diversas ações de cuidado propostas ao dependente, porém as mesmas não estão voltadas para a saúde do cuidador, sendo esta consequentemente negligenciada, inclusive pela Atenção Básica que tem por escopo o desenvolvimento de ações, por meio das equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF), de promoção de saúde, a prevenção de agravos e a recuperação da saúde, de forma integral e continua. O presente estudo teve por objetivo a identificação da percepção dos profissionais de uma equipe de Estratégia Saúde à Família em relação à Saúde do Cuidador. Tratou-se de um estudo de caráter descritivo exploratório de abordagem qualitativa, em que a coleta de conteúdo ocorreu por meio do grupo focal, utilizando-se da abordagem de análise de conteúdo para a interpretação e análise do material coletado. Além disso, utilizou-se de um questionário sócio demográfico. Participaram do estudo nove profissionais de uma equipe de ESF de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Apucarana. Da análise e interpretação dos conteúdos emergiram três categorias, sendo Concepção de Cuidador; Qualidade de vida do Cuidador, e Organização do Serviço de Saúde. Constatou-se que a equipe de saúde percebe a amplitude das atribuições e necessidades do usuário cuidador, bem como observam que estes usuários têm a sua qualidade de vida afetada devido a sua função. Também alegaram sofrer na prestação de cuidados aos cuidadores, pois sentem-se sobrecarregados com as demandas trazidas e também impotentes e insatisfeitos por não conseguir ajudá-los. Em relação a prestação de cuidados ofertados a este público, a equipe reconheceu a falha no processo de trabalho, em que não trabalha na lógica da integralidade. Assim, não são ofertadas ações de promoção ou prevenção. Contudo, pelo fato dos profissionais entenderem o sofrimento, estes tendem a promover estratégias para favorecer o acesso ao cuidador.