Como nasce uma patroa? Problematizações autoetnográficas dos privilégios interseccionais de classe, raça e gênero / How is a boss born? Self-ethnographic problems of intersectional privileges of class, race and gender
DOI:
https://doi.org/10.14295/idonline.v14i52.2702Palavras-chave:
Patroa. Marcadores de privilégios. Decolonialidade. Autoetnografia.Resumo
Esse trabalho, desdobramento dos meus estudos de mestrado em Psicologia, busca problematizar as marcas subjetivas de privilégio que contribuem para o surgimento de uma patroa (enquanto experiência relacional) como lugar de mando, na relação com trabalhadoras domésticas, tomando como pressupostos os marcadores de raça, de classe e de gênero. É um trabalho autoetnográfico, onde busco me aproximar do fenômeno da relação patroa-empregada a partir dos perpasses da minha história pessoal de vida, quando pensada e sentida por inúmeras memórias que trago. No caminhar deste trabalho, numa necessária desobediência epistêmica, que questiona as regras, a cultura, a religião, as (des)atitudes, pude identificar os marcadores de privilégios, me permitindo (re)pensar o meu lugar na relação de mulher patroa e percorrer um caminho construído por atitude decoloniais frente a minha própria história.Downloads
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