Concepções dos Profissionais de Saúde acerca da sexualidade do portador de Doença Mental

Autores

  • Ana Verônica de Alencar
  • Maria do Carmo Eulálio
  • Joelma dos Santos Barbosa Linhares Garcia

DOI:

https://doi.org/10.14295/idonline.v7i21.252

Palavras-chave:

Doente mental, sexualidade, profissionais de saúde mental.

Resumo

A sexualidade é um fenômeno intrínseco aos seres humanos. Às pessoas portadoras de doença mental não é diferente Entretanto, pela doença ou pelo estigma; esta dimensão pode receber conotações diferenciadas. Tivemos por objetivo, identificar e analisar as concepções da sexualidade de portadores de doença mental pelos profissionais de saúde que trabalham com os mesmos, destacando a importância que a concepção a qual o profissional possui, norteia a sua prática profissional e consequentemente influencia na maneira de lidar com esse sujeito, favorecendo ou não a recuperação. Os dados foram coletados através do questionário, da técnica de associação livre de palavras, com o estímulo indutor: “sexualidade do doente mental”, juntamente com uma entrevista semi-diretiva. Participaram do estudo 20 profissionais, funcionários de uma instituição psiquiátrica da cidade de Campina Grande, PB. Realizamos análise combinada da freqüência e ordem média de evocações das palavras e análise de conteúdo categorial temática. Os resultados mostram que os profissionais encaram a sexualidade do doente mental como algo que está diretamente associada com a sua enfermidade encontrando-se, portanto fora dos padrões de normalidade, visto que a categoria de maior freqüência na associação livre foi o excesso, evocação essa que está intimamente ligada à negação da sexualidade do doente mental. Dado que foi muito recorrente também nas entrevistas. Logo os participantes acabam por lidar com essa sexualidade excessiva e desviante negando-a, seja através da repressão, da prática sexual em si ou coibindo até a verbalização do desejo sexual do doente mental. Assim, negar a expressão da sexualidade deste sujeito nada mais é que enxergá-lo de maneira preconceituosa e errante. A percepção dos profissionais da saúde a respeito da sexualidade do doente mental é expressa através da negação, da associação aos desvios, transgressões e doença. Evidencia-se, portanto, a necessidade de um olhar atento para as questões que envolvem a sexualidade deste indivíduo que precisa ser assistido em todas as suas dimensões: física, afetiva e social.

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Publicado

2013-11-22

Edição

Seção

Artigo Original