Caracterização clínica e epidemiológica dos usuários atendidos na Unidade de Prono Atendimento (UPA) na cidade de Iguatu – Ceará / Clinical and epidemiological characterization of users assisted at the Emergency Care Unit (UPA) in the city of Iguatu – Ceará
DOI:
https://doi.org/10.14295/idonline.v13i46.1949Palavras-chave:
Classificação de Risco. Epidemiologia. Prevenção. UPAResumo
O presente estudo aborda a Classificação de Risco, que é proposto de acordo com aportaria 2.048 do Ministério da Saúde. Teve como objetivo descrever o perfil clínico-epidemiológico dos usuários atendidos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na cidade de Iguatu – Ceará. A metodologia foi quantitativa, de abordagem exploratória, descritiva e transversal, tendo como local da pesquisa a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na cidade de Iguatu – Ceará. A amostra constou de 516 prontuários cadastrados eletronicamente com diagnóstico médico pela UPA no mês de dezembro de 2017, bem como 10.490 prontuários dos meses de janeiro e fevereiro de 2017 que continham o registro da Classificação de Risco. A coleta dos dados foi realizada nos meses de março e abril de 2018. Resultados: Em proporção ao sexo, pacientes do sexo feminino se apresentaram em maior quantidade, sendo 268 mulheres (51,94%)e 248 homens (48,06%). Em relação à faixa etária, o atendimento é mais prevalente em crianças de 0 a 9 anos se apresentando em (32,95%), e menos prevalente em idosos a partir de 60 a 99 anos (13,56%). Quanto aos diagnósticos, os mais frequentes com maior prevalência foram lombalgia apresentadas por 86 pacientes (16,6%), mais prevalentemente na faixa etária de 20 a 69 anos, cefaléia apresentada por 68 pacientes (13,1%), mais prevalente na faixa etária de 10 a 59 anos e amigdalite por 64 pacientes (12,4%), que se apresentou com maior prevalência nas faixas etárias de 09 a 29 anos, enquanto nas faixas etárias de 50 a 99 anos não apresentaram a doença. Quanto a Classificação de Risco, os casos classificados como verde e azul totalizaram a maior parte do atendimento, compostos por 8.690 usuários (85,08%) enquanto os casos de urgência foram compostos pela minoria do atendimento, sendo 1.488 pacientes, apenas (12,65%). O perfil clínico e epidemiológico dos pacientes atendidos na Unidade de Pronto Atendimento é caracterizado por atendimentos não urgentes. Os atendimentos apontaram para queixas de baixa complexidade, podendo se observar patologias de níveis de atenção básica. Concluiu-se pela necessidade de maiores estudos que possam orientar melhor sobre os serviços de urgências e emergências, bem como sobre a melhoria na triagem classificatória em situações de risco.
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