A relação médico-paciente: observação participante em visitas domiciliares

Autores

  • Francinete Alves de Oliveira Giffoni
  • Gislene Farias de Oliveira
  • Juliana Monteiro Abreu

DOI:

https://doi.org/10.14295/idonline.v1i1.184

Palavras-chave:

Relação médico-paciente, Cultura, Saúde/Doença.

Resumo

A utilização excessiva de procedimentos tecnológicos vem cada vez mais afastando o médico da cabeceira do doente, fazendo com que a relação médico-paciente - tão importante e valorizada no passado - seja substituída pela solicitação de exames complementares cada vez mais sofisticados, em detrimento da história clínica e do exame físico. O método da observação participante se constitui um importante recurso em pesquisa qualitativa no campo da saúde. Ela favorece o contato mais próximo do profissional com a comunidade, e uma percepção contextualizada do fenômeno saúde/doença. O objetivo foi demonstrar a importância do método da observação participante como oportunidade potencialmente transformadora para estudantes de medicina que podem refletir sobre a relação médico-paciente a partir de pesquisas em saúde comunitária. O trabalho foi realizado através de observação participante em visitas domiciliares de estudantes do quarto semestre do curso de medicina a 60 residências escolhidas aleatoriamente na área de abrangência de 14 postos do Programa de Saúde da Família no município de Barbalha. Utilizou-se o método de análise de discurso para o tratamento dos dados colhidos nos diários de campo dos alunos. Os resultados demonstraram três aspectos importantes: a) uma maior compreensão das crenças populares em relação à doença e a cura; b) o desenvolvimento da empatia; e c) uma preocupação com o aperfeiçoamento da relação médico-paciente, a partir desta experiência de pesquisa na comunidade. Concluiu-se que aprofundar uma reflexão sobre a complexidade do exercício do profissional de saúde implica repensar a relação médico-paciente como uma forma de reafirmar a medicina e as demais profissões de saúde como práticas muito mais humana do que técnica-científica.

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Publicado

2007-01-19

Edição

Seção

Alternativo