O Debate Criminológico e Dogmático sobre a Incidência do Terrorismo no Direito Penal Brasileiro

Autores

  • Cícera Rosana da Silva Centro Universitário Dr. Leão Sampaio
  • Miguel Melo Ifadireó Centro Universitário Dr. Leão Sampaio (UNILEÃO)
  • José Antônio de Albuquerque Filho Centro Universitário Dr. Leão Sampaio (LIEV-UNILEÃO)

DOI:

https://doi.org/10.14295/idonline.v12i42.1352

Palavras-chave:

Terrorismo. Leis Antiterrorismo. Repressão ao Terror. Dogmática do Direito Penal do Inimigo. Criminologia crítica

Resumo

Este artigo apresenta alguns pontos de tensão oriundos dos debates criminológicos e dogmáticos sobre a incidência do terrorismo no direito penal brasileiro. Buscou compreender os processos da produção da representação social da violência pelo terrorismo internacional e verificar se os contemporâneos mecanismos disponíveis são capazes de se oporem e de conterem o avanço do terror internacional. A metodologia utilizada no trabalho pautou-se em revisão de literatura, uma vez que foi realizada com base em análise de obras doutrinárias, leis nacionais e estrangeiras com uso do método de procedimento exploratório e descritivo. Fundamentou-se no percurso metodológico para o aprofundamento do conhecimento sobre as soluções a serem percorridos durante a análise. O tipo de estudo exploratório descritivo permitiu identificar e obter uma melhor compreensão do comportamento dos diversos fatores e elementos que influenciam e determinam o fenômeno do terror em estudo. A partir desses aspectos teórico-metodológicos, bem com diante da análise das leis, dos discursões doutrinárias e questionamentos apresentados por críticos de diversos países, foi possível concluir, por um lado, que a luta contra o terror é um enfrentamento árduo; por outro lado, compreendeu-se que houve uma notável evolução na disseminação das ideias motivadoras de legislações antiterrorismo, uma vez que, o terrorista moderno não tem característica física, a ideia do homem bomba solitário é uma percepção superada diante da pulverização do medo alastrado pelo terrorismo..

 

 

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Biografia do Autor

Cícera Rosana da Silva, Centro Universitário Dr. Leão Sampaio



[1] Pós-Graduanda em Direito Penal pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/MG). Graduação-Bacharelado em Direito pelo Centro Universitário Dr. Leão Sampaio (UNILEÃO). Servidora Pública lotada na Promotoria de Combate à Violência Doméstica e Familiar em Juazeiro do Norte. Pesquisadora do Laboratório Interdisciplinar de Estudos da Violência (LIEV) na Linha 01 - Criminologia e Segurança Pública do Centro Universitário Dr. Leão Sampaio. Endereço eletrônico: [email protected];

 

Miguel Melo Ifadireó, Centro Universitário Dr. Leão Sampaio (UNILEÃO)

Doutor em Sociologia (UFPE). Mestre em Criminologia Internacional e Europeia (UNIHAMBURG/ ALEMANHA). Mestre em Educação e Antropologia (UNIHAMBURG/ ALEMANHA).  Graduação-Bacharelado em Direito (UNIFOR). Graduação-Licenciatura (FAK). Professor efetivo assistente do Curso de Administração da Universidade de Pernambuco (UPE). Professor horista do curso de Direito do Centro Universitário Dr. Leão Sampaio (UNILEÃO). Professor temporário da Faculdade de Ciências Humanas do Sertão Central (FACHUSC). Pesquisador-líder do Laboratório Interdisciplinar em Estudos da Violência na Linha de Pesquisa 01 - Criminologia e Segurança Pública. Endereço eletrônico: [email protected].;

José Antônio de Albuquerque Filho, Centro Universitário Dr. Leão Sampaio (LIEV-UNILEÃO)

Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Mestre em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco. Professor substituto do curso de Direito da Faculdade de Ciências Humanas do Sertão Central (FACHUSC). Professor do curso de Direito da Faculdade São Francisco da Paraíba (FASP). Professor do curso de Direito da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras (FAFIC). Pesquisador-colaborador do Laboratório Interdisciplinar em Estudos da Violência no Centro Universitário Dr. Leão Sampaio (LIEV-UNILEÃO). E-mail: [email protected].

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Publicado

2018-10-31

Edição

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Artigos