As Políticas Educacionais e a Interface Neoliberal: A educação como um “Tesouro a descobrir”
DOI:
https://doi.org/10.14295/idonline.v12i41.1266Palavras-chave:
Educação. Crise. NeoliberalismoResumo
Partindo da premissa de que o capitalismo tem a capacidade de, em momentos de crise, se erguer com mais força, este artigo se dispôs a analisar em que medida a crise contemporânea interfere na implantação de políticas educacionais na periferia do capital. Para garantir o processo de reestruturação os capitalistas recorreram às políticas neoliberais, em que se exigia um tipo de trabalhador que atendesse as novas demandas produtivas. Neste cenário contemporâneo de crise, as determinações oriundas da agenda do capital internacional para educação, mais especificamente formuladas a partir de 1990 pela Conferência Mundial de Educação para Todos, patrocinada pelo Banco Mundial, podem ser consideradas como o marco na busca pelo ajuste da educação às necessidades do mercado, diante de um processo de reestruturação produtiva. Esse artigo faz uma revisão de literatura de obras que tratam dos impactos pós Conferência Mundial de Educação Para Todos na educação dos países da periferia do capital. As considerações deste artigo apontam para uma reflexão sobre como a “desejada” redução do Estado passa necessariamente pela conversão da Educação de um direito social a um serviço, o que atende aos interesses do capital financeiro como estratégia política de manutenção de um modo de produção pautado no consumo.
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