MONITORIA DE SAÚDE E ESPIRITUALIDADE: UMA EXPERIÊNCIA TRANSFORMADORA NA LABUTA COM O CÂNCER

Autores

  • Karine Guiot Araújo FACULDADE DE MEDICINA da UFCA
  • Iago Sávyo Duarte Santiago

DOI:

https://doi.org/10.14295/idonline.v12i40.1084

Palavras-chave:

Câncer, Morte, Espiritualidade

Resumo

Introdução: Os paradigmas da saúde vêm sofrendo mudanças, pois está sendo comprovada a necessidade de uma abordagem holística no cuidado dos pacientes, o que inclui aspectos físicos, psíquicos, sociais, políticos, culturais e espirituais. O processo de adoecimento nos pacientes oncológicos carrega um sentimento de finitude e morte, somados a vivência de dores e sofrimento. Então, a religião/espiritualidade torna-se nesse momento uma experiência que vai muito além da doença e traz um sentido na forma de enxergar a vida. Estudos já revelaram a associação entre a fé e um melhor enfrentamento do câncer, mostrando também uma melhoria significativa na qualidade de vida desses pacientes e diminuição das emoções negativas. Baseado nisso, a Monitoria de Saúde e Espiritualidade em Semiologia Médica, criada em 2016 no curso de medicina da Universidade Federal do Cariri, vinculada a Liga de Saúde e Espiritualidade do Cariri, começou em 2017 a desenvolver suas atividades práticas de anamnese espiritual em pacientes com câncer. Objetivo: Demonstrar através da aproximação com o paciente oncológico e com a sua experiência de dor e sofrimento, que a abordagem da espiritualidade pode ser transformadora durante o tratamento, tornando, assim, os estudantes mais preparados. Método: As atividades práticas da monitoria acontecem no Ambulatório de Terapia da Dor no Câncer e Cuidados Paliativos “Dra. Marinila Munguba Calderaro Macêdo”, na cidade do Crato, Ceará, vinculado à Secretaria de Saúde desse Município. Os estudantes do 4º semestre recebem o Treinamento Teórico-Prático em Anamnese Espiritual e aplicam esse método no Ambulatório da Dor, no qual, sob supervisão dos monitores e da médica anestesiologista especializada no controle da dor, realizam a anamnese e exame físico nos pacientes oncológicos. Resultados: Às vezes a morte em si não é o maior problema, mas sim o tempo que o paciente passa esperando ela chegar, felizmente, a atuação da monitoria no ambulatório tornou essa espera menos dolorosa, não só por tratar da espiritualidade, mas também pelo atendimento humanizado e completo. A consequência disso tudo é o impacto positivo causado na formação dos estudantes, na abordagem clínica dos profissionais da saúde envolvidos e principalmente na vida dos pacientes do ambulatório. Conclusão: Apesar de ainda existirem desafios e preconceitos, a monitoria tem quebrado paradigmas, implantando a abordagem correta na vivência dos estudantes e permitindo que os pacientes oncológicos sejam respeitados em sua integralidade, ampliando a dimensão do cuidar, que perde o seu foco na doença e ganha uma visão humana.  

 

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Biografia do Autor

Karine Guiot Araújo, FACULDADE DE MEDICINA da UFCA

 


 

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Publicado

2018-03-10