Auto-percepção da aparência física, das relações conjugais e da atividade sexual de indivíduos com Hanseníase / Self-perception of physical appearance, the marital relationship and sexual activity in Leprosy individuals

Autores

  • Ednardo de Souza Nascimento Faculdade de Almenara, Almenara, Minas Gerais, Brasil
  • Viviane Amaral Toledo Coelho Faculdade de Almenara, Almenara, Minas Gerais, Brasil
  • Carla Giselly de Souza UFRPE- Recife, Pernambuco
  • Mônica Cecília Santana Pereira Faculdade de Almenara, Almenara, Minas Gerais, Brasil
  • Marcelo Castro Freitas Faculdade de Almenara, Almenara, Minas Gerais, Brasil
  • Amanda Pinheiro da Rocha Universidade Estadual de Montes Claros, Montes Claros, MG, Brasil
  • Alfredo Maurício Batista de Paula Universidade Estadual de Montes Claros, Montes Claros, MG, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.14295/idonline.v13i48.2145

Palavras-chave:

Hanseníase. Auto-percepção. Relação conjugal

Resumo

Este estudo, realizado com uma amostra Hanseniana com algum tipo de relação afetiva-conjugal, tem por objetivo avaliar a influência da doença quanto a auto-percepção da aparência do individuo afetado e sobre seu relacionamento conjugal e atividade sexual. Material e Métodos: A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semi-estruturadas, gravadas face-a-face, transcritas e analisados pela técnica de Análise de Conteúdo, modalidade de Enunciação. Resultados: Os dados revelaram que os portadores da hanseníase têm uma auto-percepção depreciativa da sua aparência, manifestada na auto-análise da sua estética corporal, influenciando a sua estrutura física e emocional. Nas relações afetivo-conjugais os efeitos da doença manifestaram-se através de relatos de indisponibilidade sexual, desinteresse e abandono, culminado em situações de divórcio. Além disso, demonstraram influência negativa no desempenho da atividade sexual, atribuída pelos portadores aos efeitos dos remédios e à fraqueza física imposta pela doença. Conclusão: A Hanseníase pode exercer efeito negativo sobre a auto-percepção da aparência e sobre as relações afetivo-conjugal e sexual dos indivíduos portadores. Os resultados desse estudo sugerem a necessidade de políticas públicas que visem assegurar o atendimento integral ao portador da Hanseníase durante o tratamento e após a alta por cura bacilar.


 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ednardo de Souza Nascimento, Faculdade de Almenara, Almenara, Minas Gerais, Brasil

1 Mestre. Alfa - Faculdade de Almenara, Almenara, Minas Gerais, Brasil;

Viviane Amaral Toledo Coelho, Faculdade de Almenara, Almenara, Minas Gerais, Brasil

2 Doutora.. Rua Rodrigues Seabra, 243, Centro – Almenara – MG CEP: 39900-000. Alfa - Faculdade de Almenara, Almenara, Minas Gerais, Brasil;

Carla Giselly de Souza, UFRPE- Recife, Pernambuco

3 Doutora. UFRPE- Recife, Pernambuco, Brasil. Autor parar correspondência; [email protected];


 

Mônica Cecília Santana Pereira, Faculdade de Almenara, Almenara, Minas Gerais, Brasil

4 Doutora. Alfa - Faculdade de Almenara, Almenara, Minas Gerais, Brasil;

Marcelo Castro Freitas, Faculdade de Almenara, Almenara, Minas Gerais, Brasil

5 Mestre. Alfa - Faculdade de Almenara, Almenara, Minas Gerais, Brasil;

Amanda Pinheiro da Rocha, Universidade Estadual de Montes Claros, Montes Claros, MG, Brasil

6  Mestre. Department of Dentistry. Universidade Estadual de Montes Claros, Montes Claros, MG, Brasil;

Alfredo Maurício Batista de Paula, Universidade Estadual de Montes Claros, Montes Claros, MG, Brasil

7Doutor. Department of Dentistry. Universidade Estadual de Montes Claros, Montes Claros, MG, Brasil.

Referências

ARAÚJO, B. G. L.; BRITO, D. P. C.; COELHO, V. A. T.; NASCIMENTO, E. S.; PEREIRA, M. C. S.; LACERDA, L. G.; SOUZA, C. G. Id on Line Rev. Mult. Psic. v.13, n. 47, p. 410-423, 2019 - ISSN 1981-1179 Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id.

AMARAL, E. P.; LANA, F. C. F. Análise espacial da Hanseníase na microrregião de Almenara, MG, Brasil região de Almenara. Brasil. Rev. Bras. Enferm, Brasília v. 61, (esp) p. 701-7, 2008.

AVELINO E SARMENTO, A.P.; PEREIRÃO, A. M.; RIBEIRO, F.; CASTRO, J. L.; ALMEIDA, M. B.; RAMOS, N. M. Perfil epidemiológico da hanseníase no período de 2009 a 2013 no município de Montes Claros (MG). Rev. Soc. Bras. Clin. Med. jul-set; v. 13, n. 3, p. 180-4, 2015.

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. 1979., editor. Lisboa: Edições 70; 1979.

BRASIL, Ministério da Saúde. Hanseníase: atividades de controle e manual de procedimentos. Brasilia, 2002.

BRASIL, Ministério da Saúde. Guia para o controle da Hanseníase. Cadernos de Atenção Básica n° 10. In: Básica 1ª edição. 90 p. Brasilia: Ministério da Saúde; 2002.

CID, R. D. S.; LIMA, G. G,.; SOUZA, A. R.; MOURA, A. D.; A percepção de usuários sobre o preconceito da hanseníase. Rev Rene. v. 13, n. 5, p. 1004-14, 2012.

EDT, L. M. O Mundo da vida do ser hanseniano: sentimentos e vivências [Dissertação]. Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul 2000.

Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Pesquisa Odontológica Brasileira. 2003;17:33-41.

FELIZBERTO, J. M. Interações Sociais de casais vivendo com HIV dez anos após a introdução dos anti-retrovirais no Brasil [Dissertação]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais; 2010.

GOMEZ, E. G. Género, muyer e salud en las Americas. Washington: OPS/OMS; 1993.

HERZLICH, C. Fragilidade da Vida e Desenvolvimento das Ciências Sociais no Campo da Saúde. PHYSIS: Rev Saúde Coletiva. v. 15, n. 2, p. 193-203, 2005.

KORFAGE, I. J.; HAK, T.; KONING, H. J.; ESSINK-BOT, M. L. Patients’perceptions of the side-effects of prostate cancer treatment - A qualitative interview study. Social Science & Medicine.v. 63, p. 911, 2006.

LANA, F. C. F.; VELÁSQUEZ-MELENDÉZ, J. G.; LANZA, F. M.; BRANCO, A. C.; TEIXEIRA, S.; MALAQUIAS, L. C. et al. Transmissão e controle da hanseníase no município de Governador Valadares/MG – Período de 1990 a 2000. Hansen Int 2002; 27(2): 83-92

LANZA, F. M., LANA, F. C. F. Decentralization of leprosy control actions in the micro-region of Almenara, State of Minas Gerais. Revista Latino-Americana de Enfermagem. v. 19, p. 187-94, 2011.

LIMA, R. S. A. Análise de laudos anatomopatológicos de hanseníase em laboratórios do estado de Sergipe no período de 2007 a 2016. Dissertação. UFS- Universidade Federal de Sergipe, 2019, 56f.

LOCKWOOD, D. N. J.; SUNEETHA, S. Leprosy: too complex a disease for a simple elimination paradigm. Bulletin of the World Health Organization. v. 83, n. 3, p. 230-5, 2005.

LOCKWOOD, D. N. J.; WALKER, S. L. The clinical and immunological features of leprosy. British Medical Bulletin. v. 77, n. 78, p. 103–121. 2006.

LOPES, V. A. S.; RANGEL, E. M. Hanseníase e vulnerabilidade social: uma

análise do perfil socioeconômico de usuários em tratamento irregular. Saúde Debate. Rio de Janeiro, v. 38, n. 103, p. 817-829, OUT-DEZ 2014. DOI: 10.5935/0103-1104.20140074.

MIRA, M. T. Genetic host resistance and susceptibility to leprosy. Microbes and Infection. v. 8, n. 4, p. 1124-31, 2006.

MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento. Pesquisa qualitativa em saúde. 12ed, editor. .São Paulo: Hucitec. ; 2010. 406 p.

MINUZZO, D. A. O Homem paciente de Hanseníase(Lepra) Representação Social, Rede Social e Familiar, Experiência e Imagem Corporal [Dissertação]. Évora: Universidade de Évora; 2008.

MOSCHIONI, C.; ANTUNES, C. M. D. F.; GROSSI, M. A. F.; LAMBERTUCCI, J. R. Risk factors for physical disability at diagnosis of 19,283 new cases of leprosy. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. v.43, p.19-22, 2010.

MORLEY, J. E.; TARIQ, S. H. Sexuality and disease. Clin Geriatr Med. v. 19, p. 563-73, 2003.

NATIONS, M. K.; LIRA, G.V.; CATRIB, A. M. F. Stigma, deforming metaphors and patients' moral experience of multibacillary leprosy in Sobral, Ceará State, Brazil. Cadernos de Saúde Pública.v. 25, p. 1215-24, 2009.

OLIVEIRA, M. L. W.-del-R. de.; MENDES, C. M.; TARDIN, R. T.; CUNHA, M. D.; ARRUDA, A: Social representation of Hansen’s disease thirty years after the term leprosy was replaced in Brazil. História, Ciências, Saúde Manguinhos, v. 10, n. 1,p. 41-8, 2003.

OLIVEIRA, M. H. P.; ROMANELLI, G. Os efeitos da hanseníase em homens e mulheres: um estudo de gênero. Cadernos de Saúde Pública. v.14, p. 51-60, 1998.

OLIVEIRA, M. H. P.; GOMES, R.; OLIVEIRA, C. M. Hanseníase e sexualidade: convivendo com a diferença. Rev latino-amenfermagem.v. 7, p. 85-91, 1999.

OLIVEIRA, M. H. P.; GOMES, R. The Effects of Leprosy on men and women : a gender study. In: TDR WSPfRaTiTD, editor. Geneva 1997.

SANTOS, T. M. M. G.; CAMPELO, C.; COSTA, I. A.; ROCHA, S. S.; VELOSO, L. C. Hanseníase: implicações na sexualidade do portador. Hansen Int. v. 35, n. 2, p. 27-32, 2010.

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE (MG). Encontro Estadual 2007 - Hanseníase: procurar para curar. Belo Horizonte (MG): Coordenadoria Estadual de Dermatologia Sanitária; Belo Horizonte 2007.

SCHURR, E.; ALCAÏS, A.; DE LÉSÉLEUC, L.; ABEL, L. Genetic predisposition to leprosy: A major gene reveals novel pathways of immunity to Mycobacterium leprae. Seminars in Immunology. v.18, n. 6, p. 404-10, 2006.

SIMÕES, S.; CASTRO, S. S.; SCATENA, L. M.; CASTRO, R. O.; LAU, F.A. Qualidade de vida dos portadores de hanseníase. Medicina (Ribeirão Preto. Online), v. 49, n. 1, p. 60-7, 2016.

SUZUKI, K.; AKAMA, T.; KAWASHIMA, A.; YOSHIHARA, Aya.; YOTSU, R. R., ISHII, N. Current status of leprosy: Epidemiology, basic science and clinical perspectives. Journal of Dermatology. v. 39, p. 121–129, 2012.

TSUTSUMI, A.; IZUTSU, T. Quality of Life and Stigma Handbook of Disease Burdens and Quality of Life Measures. In: Preedy VR, Watson RR, editors.: Springer New York; 2010. p. 3489-99.

TURATO, E. R. Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: definições, diferenças e seus objetos de pesquisa. Revista de Saúde Pública. v. 39, p. 507-14, 2005.

TURATO, E. R. Tratado da metodologia da pesquisa clínico-qualitativa: construção teórico-epistemológica, discussão comparada e aplicação nas áreas da saúde e humanas. 4ed, editor. Petrópolis, RJ: Vozes; 2010.

VAN BRAKEL, W.H.; SIHOMBING, B.; DJARIR, H.; BEISE, K.; KUSUMAWARDHANI, L.; YULIHANE, R.; KURNIASARI, I.; Kasim, M.; KESUMANINGSIH, K. I.; WILDER-SMITH, A. Disability in people affected by leprosy: the role of impairment, activity, social participation, stigma and discrimination Glob Health Action, v. 5, n. 18394 p. 1-11, 2012. doi.org/10.3402/gha.v5i0.18394.

VISSCHEDIJK, J.; ENGELHARD, A.; LEVER, P.; GROSSI, M. A. F.; FEENSTRA, P. Leprosy control strategies and the integration of health services: an international perspective. Cadernos de Saúde Pública. v. 19, p. 1567-81, 2003.

WEISS, M. G.; RAMAKRISHNA, J. Stigma interventions and research for international health. The Lancet. v. 367, n. 9509, p. 536-8, 2006.

WHITE, C. Iatrogenic stigma in outpatient treatment for Hansen’s disease (leprosy) in Brazil. Health Education Research. v. 28, n. 1, p. 25–39, 2008.

WHITE, C. Explaining a Complex Disease Process: Talking to Patients about Hansen's Disease (Leprosy) in Brazil. Medical Anthropology Quarterly.v. 19, n. 3, p. 310-30, 2005.

WHITE, C . Sociocultural considerations in the treatment of leprosy in Rio de Janeiro, Brazil. Lepr Ver. v.73, p. 356-65, 2002.

WHO, Global leprosy situation. In: Rec WE, editor.: WHO; 2005. p. 289-95.

WHO, Global leprosy situation. In: Rec WE, editor.: WHO; 2010. p. 337–48.

WYND, S.; MELROSE, W. D.; DURRHEIM, D. N.; CARRON, J.; GYAPONG, M. Understanding the community impact of lymphatic filariasis: a review of the sociocultural literature. Bulletin of the World Health Organization. v. 85, p. 493-8, 2007.

Downloads

Publicado

2019-12-29

Edição

Seção

Artigos